Friday, April 6, 2007

Iridescência

É como um arco-íris que escorrega do céu e, esmaecendo, se entranha pela terra adentro, para deixar à superfície uma aura indecisa de luz e cor.

O que encontra no seu negro auge de penetração – em que se transforma? O que deixa no desgaste rubro da sua agonia – será um novo resplendor?

Entre a magnitude e a melancolia, tinge-se o olhar no efémero dilema duma divagação. Matéria etérea, latejam todas as coisas feitas dum silêncio musical.

Crepúsculo, alvorada. Sempre com o mesmo perfil – implícito, indefinido – duma cíclica mutação. Esboçando o tempo, esvaindo a forma. Virtual. Eventual.

Espaço, presença. A distância permanece. Anseia a proximidade. No fausto mágico em que a realidade se suspende – fenómeno anterior, interior fascínio.
07MAR2007

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